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O que ninguém te conta sobre envelhecer

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Essa semana vi um vídeo muito engraçado com a atriz espanhola Petite Lorena sobre ser mulher atualmente. Dei muita risada com o texto e a interpretação dela a respeito do protocolo infinito de bem-estar e cuidado feminino. É uma coisa muito chata mesmo e desgastante. Photo by Amisha Nakhwa on Unsplash No vídeo ela começa falando da dificuldade de ser mulher e conciliar os cuidados com a aparência, a vida profissional e pessoal, além da preocupação com a saúde. Como se não fosse suficiente, é necessário cuidar da saúde física (fazendo exercícios) e mental (indo a terapia). Sem esquecer da alimentação porque temos que comer um monte de coisas essenciais e cortar tudo aquilo que faz mal (e quase sempre é muito gostoso). A lista continua com as exigências maternas e a expectativa da sociedade que insiste em estabelecer padrões cada vez mais difíceis de atingir. Finalmente, para ser uma mulher feliz, você tem que ter um bom companheiro. Como encontrar esse parceiro? Se você encontrou, que ...

Terminou setembro

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Photo by Macarena Ollarzú on Unsplash Terminou setembro, me despeço desse mês de primavera, de encontros, de risadas, de família e amigos, de festas e celebrações, de calorzinho nos últimos dias de inverno chileno. Foi tão gostoso como há muito tempo eu não vivia, apesar dos problemas gigantes que não nos deram nenhum dia de trégua, mas parece que já nos acostumamos a existir no meio do caos. Teve aniversário de criança (que há muito tempo não dava o ar da graça por aqui) e ali no meio daquele festejo surgiu uma ideia. Que tal um churrasco entre amigos na varanda do apartamento novo nas festas pátrias?   Antes da tradicional celebração que anima os chilenos durante um mês inteiro, chegou minha prima querida de Porto Alegre com o maridão. Vieram curtir uns dias na cordilheira e passaram uns dias no Chile e na Argentina. Como é bom rever rostos conhecidos, abraçar pessoas queridas, conversar em português e rir muito! Até a risada é diferente... O sentimento de pertencer a um clã não ...

Mãe, imigrante e amiga trabalhadora

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Fim de semana passado escrevi sobre os eventos do fim de semana e um deles foi bem especial: um churrasco com um grupo de brasileiros que moram no Chile. Já participei de vários grupos desse tipo, mas nenhum é tão animado e alto astral como esse. Tive muitas experiências com brasileiros aqui no Chile e algumas delas foram bem desagradáveis, diria até traumáticas. Sabe por que isso acontece? Porque muitas dessas pessoas assimilam o que existe de pior na sociedade chilena que é o “arribismo”. Antes que você fique em dúvida e se pergunte: o que é isso? Eu explico. O arribista no Chile nada mais é do que conhecemos como emergentes no Brasil, ou seja, pessoas de classe média que, às vezes, têm uma situação econômica um pouquinho melhor e já se acham novos ricos. É aquela pessoa ambiciosa que valoriza bens materiais, status, alguém que aparenta ter uma situação sócio econômica que, muitas vezes, não condiz com a sua realidade. Essas pessoas geralmente julgam os demais por coisas como: as rou...

Um fim de semana e três dias felizes na vida da imigrante

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Nem tudo são dramas na vida da imigrante brasileira no Chile. De vez em quando, os planetas se alinham e coisas boas acontecem. Foi o caso de um fim de semana desses em que teve show de mantras, encontro de brasileiros e atividade política. O fim de semana partiu com o show do rishna Das no Teatro Universidad de Chile, localizado no coração da capital chilena, na saída da estação de metrô Baquedano, da linha 1, ou “roja” (vermelha) como dizem os santiaguinos. Como eu moro a apenas uma estação dali –  Salvador – cheguei antes da minha amiga, a Ceres. Ela trabalha com turismo e julho é um dos meses mais movimentados da alta temporada de inverno. Tem muitos turistas do Brasil aqui e, graças a Deus, minha amiga está com a agenda lotada. Quando cheguei na entrada do Teatro fiquei observando atentamente as pessoas que passavam por ali. Alguns entravam, outros aguardavam por alguém mais – como eu – e muita gente simplesmente corria para pegar um ônibus na avenida Vicuña Mackena (que fica ...

De maio a julho a vida passou voando por aqui

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Dia 2 de maio comprei duas entradas para um show de mantras aqui em Santiago. Quando fiz a compra pela internet, julho parecia distante. Pensei: será que estou me precipitando? Será que vou conseguir ir? Terei alguém para me acompanhar? Posso ate ter me adiantado em alguns meses, mas o fato é que o evento é na próxima sexta-feira, daqui a dois dias. É a segunda vez que vou a um show de mantras e terei a companhia da mesma pessoa que me acompanhou na vez anterior, minha antiga instrutora de yoga e amiga, a Ceres. Estou bem animada para assistir ao Krishna Das em Santiago, no reformado Teatro Universidad de Chile. Tenho certeza de que será uma noite muito emotiva carregada de boas energias. Vai ser bom estar com pessoas na mesma vibração e intensidade, principalmente porque nossos dias têm sido um pouco pesados por aqui. Bem diferente de como passei o mês de maio que foi bem gostoso. Comecei o mês passeando em família e aproveitando a programação cultural do nosso bairro. Visitamos a ex...

Parle vous mapudúngun?

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Parle vous mapudúngun ? Eu não falo, mas aprendi várias palavras em Mapuche ao longo desses 12 anos de Chile. Afinal, o povo originário do Chile deixou sua herança não apenas nos traços físicos dos chilenos, mas também em vários aspectos culturais. Um deles, obviamente, é a língua falada neste país. Para come ç o de conversa é bom explicar a origem do povo Mapuche. Historicamente eles viviam entre os rios Itata e Toltén, na parte centro-sul do país. Seu grande legado foi a feroz resistência à dominação espanhola ao longo do século XVI sendo um dos nomes mais conhecidos nesta luta o de Lautaro, líder dos Mapuches. Uma das primeiras vezes que eu percebi a presença do idioma nas nossas vidas foi no Registro Civil quando estava solicitando meu novo RUT (a cédula de identidade chilena). No local, todas as placas com sinalizações tinham informações em espanhol, inglês y mapudúngun.  Mas não é apenas nas repartições públicas que se percebe essa preocupação com o respeito à cultura do prin...

Quando me encontrei no Chile

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Essa semana andei revisando alguns textos que escrevi na última década. O que mais me chamou a atenção durante esse processo foi constatar que em 2017 e 2018 eu não escrevi quase nada. Foi justamente nesse período que voltei ao mercado de trabalho e tive que conciliar com a maternidade. Claramente, tive que fazer alguns sacrifícios e um deles foi o blog. Não estou culpando a maternidade porque tenho certeza que foi uma opção consciente e também uma questão de necessidade. Provavelmente, pela minha sanidade mental tomei essa decisão. Além disso, foi durante esse período que eu tinha uma coluna na plataforma Brasileira Pelo Mundo. Era um trabalho voluntário de várias brasileiras que escreviam sobre como era viver em determinado país. Geralmente, os textos eram informativos, com dados e exigiam um pouco mais de atenção e cuidado. Também trabalhei uma época como revisora de textos da plataforma e a gente tinha o compromisso de entregar um texto por mês. Como eu gostava muito desse projeto...